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sábado, 31 de dezembro de 2011

Capítulo 12 - Conhecer Jesus é tudo

Capítulo 12 - Conhecer Jesus é tudo

A pergunta do jovem rico: "O que farei para ter a vida eterna?"
É a pergunta que palpita no coração da humanidade. O homem foi criado para viver. O que ele mais quer é viver. Pode a vida ser a mais miserável das vidas, mas quando chega a hora da morte o homem se agarra com desespero à vida. A morte é um intruso na experiência humana e por isso não é aceita. O maior desejo do homem é viver. Para ter vida ele é capaz de fazer qualquer coisa, pagar qualquer preço, realizar qualquer sacrifício.
"O que farei para ter a vida eterna?" É o grito desesperado do coração humano. E a resposta de Cristo é simples: "E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste."
Você vê? O segredo da vida eterna não consiste apenas no conhecimento de um corpo de doutrinas ou na aceitação de uma determinada Igreja. O segredo é o conhecimento de uma pessoa: a pessoa maravilhosa de Jesus Cristo. O verdadeiro cristianismo
é um relacionamento de duas pessoas: o ser humano e Cristo. O que mais importa em nossa experiência espiritual não é o QUE cremos mas em QUEM cremos. A razão para acreditar que o verdadeiro cristianismo é o relacionamento pessoal entre Cristo e o homem é que a justiça e o pecado só podem existir entre pessoas. Uma estrela, um gato, uma mesa ou uma pedra não podem pecar ou ser justos. Só as pessoas pecam. Por isto o pecado, mais do que a violação da lei, é a interrupção do relacionamento de amor entre Cristo e o ser humano. Esta é a verdadeira desgraça do pecado. Quando peco, estou ferindo meu Jesus, ferindo a mim mesmo e trazendo separação entre ambos.
A maldade do pecado do Éden está melhor revelada no fato de Adão se esconder de Deus do que simplesmente no comer do fruto proibido. Isto é o pior do pecado. O ser humano que outrora corria e se jogava nos braços do Pai amante, depois de pecar, escondeu-se de medo e causou profundo sofrimento ao coração de Deus. Estava o Pai triste porque alguém quebrou a Lei? Ou estava sofrendo por causa da separação? Isto nos leva à conclusão de que a salvação, a vida eterna nada mais é do que uma reconciliação ou um novo relacionamento pessoal com o Senhor da salvação. Somos salvos, quando cremos em Jesus, quando amamos a pessoa de Jesus, não apenas Seu nome, nem Suas doutrinas, nem apenas Sua Igreja. Não podemos, porém, amar uma pessoa sem conhecê-la, por isso o inimigo fará todo o possível para nos distanciar mais e mais de Deus, ou então para aproximar-nos com uma idéia errada do Pai. O inimigo não quer que conheçamos Jesus ou, na pior das hipóteses, quer que O conheçamos com a imagem de um Deus tirano, ditador, preocupado mais com Suas normas do que com Seus filhos. Essa imagem de Deus não inspira amor, inspira medo; não inspira desejo de servi-Lo, gera a obrigação de servi-Lo. A conseqüência é uma religião triste, um cristianismo formal. É o medo do castigo que nos leva a obedecer. O inimigo fica feliz com isso. Conseguiu o que queria. Se não conseguiu levar-nos longe do Pai, ao menos trouxe-nos para perto dEle pelos motivos errados.
Conhecer Jesus é Tudo, sabe por quê? Porque ao conhecê-Lo como na realidade Ele é, ao conhecer o que Ele fez por nós na cruz do Calvário, ao saber quanto Ele nos amou e nos ama apesar de nossas atitudes ou de nossa rebeldia, não teremos outro caminho senão apaixonar-nos por Ele, amá-Lo com todas as forças de nosso ser. E porque O amamos, desejaremos ser como Ele é, viver como Ele quer, ver sempre um sorriso de felicidade em Seu rosto. Conseqüentemente, deixaremos de fazer tudo aquilo que O deixa triste e faremos tudo aquilo que O deixa feliz.
Conhecer Jesus é tudo porque a salvação não provém do esforço humano, ela é um presente de Deus e esse presente é a Pessoa de Jesus Cristo. A salvação não vem de Jesus Cristo. A salvação é Jesus Cristo. Aceitar a salvação é aceitar a Jesus Cristo. Conhecer Jesus é ter a salvação e, portanto, ter a vida eterna. Quando São João fala de "Conhecer Jesus" não está falando apenas de um conhecimento teórico. João vivia numa época em que predominava o pensamento helenístico. Os gregos endeusavam o conhecimento teórico. Para um grego dizer que conhecia uma flor ele ia à biblioteca, estudava tudo o que as enciclopédias e livros falavam sobre a flor, e dizia: "Conheço a flor!" João não. Para ele dizer que conhecia a flor, além de ler o que os livros diziam, era ir ao campo, tocar a flor, sentir nas mãos a beleza da flor, cheirar a flor, acariciá-la e então dizer: "Conheço a flor!" Conhecer, para os gregos que viviam no tempo de João, era acumular conhecimento teórico. Conhecer, para o discípulo amado, era uma experiência de vida. O conhecimento teórico pode ajudar enquanto as coisas andam bem. O conhecimento experimental é, por sua vez, a única solução para os momentos de crise. A maioria dos discípulos limitavam-se a ouvir as palavras de Jesus. João ia mais além: ficava perto do Mestre e reclinava a cabeça no coração de Jesus. A diferença revelou-se na crise. Quando os judeus prenderam Jesus e O levaram ao Calvário, todo mundo O abandonou. O único que ficou perto foi aquele que não se contentou em ouvir Jesus, nem apenas saber acerca dEle, mas que procurou um conhecimento experimental. "E a vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste!" Simples como uma flor, como uma criança, como um sorriso, como todas as coisas de Deus. São os seres humanos que às vezes complicamos as coisas, as tornamos difíceis e roubamo-lhes a beleza natural.

Esse livrinho, meu querido jovem, pretendeu de maneira simples apresentar para você todo o processo da conversão e da vida cristã. Justificação, justiça imputada, comunicada, santificação e glorificação. "Mas eu não achei essas palavras ao longo da leitura" você poderá estar se perguntando. E tem razão. Não mencionei sequer uma vez essas palavras. Você já as ouviu tantas vezes em sua vida e não ajudou muita coisa Eu quis mostrar esses assuntos de maneira diferente.

No primeiro capítulo, por exemplo, mencionei a história do jovem rico. Triste exemplo do homem que procura a justiça pelos seus próprios esforços. O resultado é uma vida vazia e sem sentido. A minha experiência própria, quando jovem, era muito semelhante à do jovem rico. No capítulo três, tentamos explicar da maneira mais simples o profundo tema do perdão, da expiação e da justificação. O que Cristo fez por nós na cruz não foi apenas liberação da culpa, mas uma substituição. Alguém pagou pelos nossos pecados. Ele foi tratado como nós merecíamos para que pudéssemos ser tratados como Ele merece. Ele ocupou nosso lugar. Agora podemos ocupar o Seu. Ele nos oferece Seus méritos, Suas obras, Sua justiça, toma sobre Si os nossos pecados e paga o preço por eles na cruz. Ao vê-Lo pendurado na cruz sentimo-nos atraídos por Ele. Somos reconciliados por Ele, somos justificados e recebemos uma nova natureza. Isto chamamos de justiça imputada.
Mas, por que é que depois de justificados e reconciliados continuamos tendo vontade de errar? Aí vem o assunto das duas naturezas. Temos que alimentar a natureza de Cristo através da oração, do estudo da Bíblia e do trabalho missionário, e temos que matar de fome a natureza má. Noutras palavras, temos que andar com Deus, como Enoque Noé, Abraão e Davi, num relacionamento de amor. Isto é santificação. A luta, porém, continuará até a volta de Cristo. Só então acontecerá mais um milagre: Deus arrancará a natureza pecaminosa para sempre e a jogará fora. Isto é chamado de glorificação. A luta findará. Mas enquanto Cristo não voltar, a caminhada continuará e nessa experiência o Senhor Jesus nos assiste cada dia com a presença de Seu Santo Espírito, dando-nos de Sua justiça permanente. Isto é justiça comunicada.

Como vê, neste livrinho não estivemos preocupado tanto com terminologias como com o fato de sermos compreendido por você. Mais do que conceitos teóricos, tentamos mostrar assuntos práticos. Mais do que tratar do QUE, preocupamo-nos em mostrar o COMO. Nada disso, porém, tem valor sem o maravilhoso QUEM. Ele é o personagem central deste livro e Ele terá que ser o Personagem central de nossa vida se quisermos viver uma experiência cristã bem sucedida e feliz. Nunca poderei esquecer a emoção que me produziu a leitura de um incidente ocorrido nos Estados Unidos:
Trinta e seis crianças estavam presas numa sala de aula no primeiro andar de uma escola em chamas, no coração de Chicago. Todas as que puderam sair, saíram. As escadas estavam tomadas pelas chamas e a fumaça. As saídas de emergência emperradas. Não havia outra saída. Trinta e seis rostinhos de crianças assustadas estavam colados nos vidros das janelas. Os bombeiros ainda não haviam chegado. Não havia policiais por perto. O resgate parecia impossível.
Mark Spencer vivia dois quarteirões abaixo. Quando viu o fogo, ele correu para a escola. Sua missão, naquela manhã, não era rotineira como a de um policial ou um bombeiro. Ele foi impulsionado por outro sentimento. Ao chegar ao lugar, ele gritou para os garotos quebrarem o vidro. Os pedaços de vidro caíram pelo chão. Mark era um homem alto, musculoso e forte. Todo mundo podia ver o brilho de confiança em seus olhos, a segurança de seus braços e o amor em sua voz quando gritou aos garotos: "Pulem para cá, que eu os segurarei!" Um a um os garotinhos começaram a pular. Os poderosos braços de Mark os seguravam e os depositavam no chão. Finalmente todos estavam salvos. Quero dizer, todos menos um. O pequeno Mike olhava para baixo e dava um passo para trás com medo. Mark gritou, suplicou, pediu, ordenou: "Pule, nada vai acontecer, eu vou segurar você!" A professora de Mike gritou: "Pule, Mike, pule!"Seus coleguinhas (trinta e cinco deles): "Pule, Mike, pule. Nós conseguimos, você também conseguirá!" O garoto ficou ali gelado de medo. No dia seguinte encontraram seu corpinho carbonizado. O corpo de Mike, filho de Mark Spencer. O que foi que aconteceu? O que saiu errado? Não sabemos. Nunca ninguém saberá, muito menos Mark Spencer. Ele era um pai amoroso. Tinha dado para o filho tudo o que o garoto precisava, tinha brincado com ele, tinha lhe dado carinho, dividido com ele parte de seu próprio coração. No momento em que a vida de Mike estava num pêndulo, entre a esperança e o desastre, entre o triunfo e a tragédia, entre a vida e a morte, Mark estava ali com os braços abertos, pedindo, suplicando, implorando, chorando para que o filho pulasse não ao frio, cruel e assassino concreto, mas para seus seguros, confortáveis e carinhosos braços de pai amante.
Mas alguma coisa não deu certo, Mike morreu. Seremos diferentes? Correremos com alegria aos braços amantes do Pai maravilhoso e andaremos com Ele num relacionamento de amor mútuo, ou ficaremos gelados como o pequeno Mike, com medo, porque as chamas do formalismo nos levam a ver a imagem distorcida de um Deus tirano, cruel e justiceiro?
Há muita gente amável neste mundo, que quer colaborar de alguma forma. A nela dar a vida pelos outros, amar a quem precisa de atenção. Mas como poderemos amar os homens, se ainda não sabemos amar Jesus? E como amaremos a quem nos ama, se não O conhecemos lá na cruz?

Conhecer Jesus é tudo que preciso conhecer. Entender o amor é tudo que preciso compreender, para ter poder no viver.

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