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sábado, 29 de outubro de 2011

Pentecostes - o fogo que não se apaga - John Stott

A Necessidade de um Pentecostes.1

John Stott disse: “antes de mandar a igreja para o mundo, Cristo mandou o Espírito para a igreja. A mesma ordemprecisa ser observada hoje”. Não há missão sem capacitação. Não há pregação sem poder. Não há avivamento sem derramamento do Espírito.

As mensagem de antes, são as mesmas de hoje, o que mudou é apenas o mover do Espírito Santo, nos sec. XVII e XVIII houve grande mover dos espírito santo, homens cheio do poder e da palavra de Deus foram usados como instrumentos de Deus para que houvesse mudança, em todo os tempos, sempre existiu a necessidade de novas mudanças, isso só poderá acontecer de forma eficaz se houver o poder do Espírito Santo na vida das pessoas, caso o contrário, os cultos não passará de trovões sem chuvas, folhas sem frutos, aparência sem realidade.

“… e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros é apromessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estãolonge, isto é, para quantos o Senhor nosso Deus chamar” (At 2.38-39).



Por que o pentecoste é necessário hoje?

1. Por causa do baixo nível espiritual do povo de Deus

A igreja via de regra tem crescido para os lados, mas nãopara cima nem em profundidade. Ela tem sido muitas vezessuperficial, rasa, imatura e mundana. Tem extensão, mas nãoprofundidade. Tem números, mas não vida. É grande, mas nãocausa impacto. Ela cresce, mas não amadurece. Tem quantidade,mas não qualidade. É como a igreja de Sardes: tem nome de quevive, mas está morta (Ap 3.1). Há um vácuo, um hiato, um abismoentre o que os crentes professam e o que vivem, entre o que falame o que fazem. A integridade e a santidade não têm sido mais oapanágio da vida de muitos crentes. Eles estão caindo nosmesmos pecados vis que condenam nos ímpios.Não raro, a igreja é mais comentada hoje por seus escândalos do que pelo impacto de seu inconformismo com omundo. A maioria dos cristãos adota um cristianismo desfigurado, no qual a verdade é ultrajada, a Palavra é relativizada e os valores absolutos de Deus são pisoteados.

O brilho do rosto de Deus não mais temresplandecido na vida da igreja, que perdeu a sede de Deus parabuscar avidamente as bênçãos de Deus. Deus se tornou para ela apenas um abençoador, e não o Senhor. O homem é o centro, e não Deus.

Há também aqueles que, à semelhança dos crentes de Efeso,são ortodoxos, mas perderam o calor espiritual, abandonaram o primeiro amor. Guardam doutrinas certas na cabeça, mas sãogelados na vida espiritual. São ortodoxos de cabeça e hereges deconduta. São zelosos em observar os rituais, mas condescendentes ao pecado. São observadores externos dospreceitos de Deus, mas cheios de podridão por dentro. Vão àigreja, mas não entram na presença de Deus. Cantam hinos, masnão adoram a Deus. Fazem longas orações, mas desconhecem aglória de entrar no Santo dos Santos da intimidade com o Senhor.Jejuam, mas não se humilham na presença do Todo-poderoso.Não têm temor de Deus no coração. Acostumaram-se com osagrado, já não sentem mais deleite na Palavra nem alegria navida de oração, perderam a visão da obra de Deus, por isso já nãotêm mais paixão pelas almas.



Antes de falar do derramamento do espírito, o profeta Joel convocou a nação de Israel a se voltar para Deus. Antes doPentecoste, o pecado precisa ser tratado. Antes de os céus seabrirem, o povo precisa acertar sua vida com Deus. Antes do derramamento do Espírito, o caminho para Deus precisa serpreparado. E Joel (2.12-16, 28) diz que essa volta precisa ser: a)profunda – ou seja, de todo o coração. Não adianta fingir. Nãoadianta tocar trombeta. Deus não se impressiona com a majestadedos nossos gestos e com a eloqüência das nossas palavras. Elenão aceita promessas vazias, votos tolos, compromissos pelametade; b) com quebrantamento – ou seja, com lágrimas epranto. Deus não despreza o coração quebrantado. As lágrimas dearrependimento não são esquecidas por Deus. Os que choram porseus pecados são bem-aventurados. É impossível ser cheio doEspírito sem antes esvaziar-se de todo o entulho que entope anossa vida. Essa faxina é dolorosa, mas precisa ser feita, aindaque com lágrimas; c) com diligência – ou seja, com jejum.Precisamos jejuar para que Deus dobre o nosso coração e o tornesensível. Precisamos jejuar para que Deus nos dê percepção da malignidade do nosso pecado e da pureza da santidade divina.Precisamos jejuar para que todas as desculpas que arranjamospara não nos voltarmos a Deus caiam por terra; d) com sinceridade - ou seja, rasgando o nosso coração. No passado, aspessoas tinham o hábito de rasgar as vestes na hora do desespero.Deus, contudo, não se contenta com atos exteriores. Ele não sesatisfaz com teatralização. Diante dele não adianta empostar avoz, gritar, gesticular, pois esses gestos não o impressionam. Ele um coração rasgado, sincero, autêntico, determinado avoltar-se para ele. Quando a trombeta soou, o povo foi convocadoa voltar-se para Deus, do sacerdote à criança de peito, e houverestauração e perdão. Como resultado, veio a gloriosa promessa:”… e acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre todaa carne” (Jl 2.28). Veja que o derramamento do Espírito vemdepois e não antes do acerto de vida com Deus. Buscaravivamento sem antes tratar do pecado é leviandade, pois é quererque Deus compactue com o erro. É preciso preparar o caminhopara que Deus se manifeste.

Hoje, tristemente, precisamos admitir que a igreja estádoente e fraca por causa do pecado. Falta vida aos cultos. Ondenão há sinceridade, não há adoração digna de Deus. Onde não hásantidade, não há comunhão com Deus. Deus estava cansado doculto do povo de Judá, porque as mãos do povo estavam cheias desangue. Eles multiplicavam suas orações na mesma medida queaumentavam suas transgressões (Is 1.15). O profeta Amos chegoua dizer que Deus estava cansado de ouvir as músicas religiosas doseu povo e não suportava mais o tanger de seus instrumentos (Am5.23), porque o povo tinha culto, mas não tinha vida.





2. Porque a igreja está trancada dentro de quatro paredes

No Evangelho segundo João 20.19,21,22 encontramos osdiscípulos reunidos com as portas trancadas, com medo dosjudeus. Eles estavam acuados, acovardados, paralisados e semnenhuma ousadia para sair pelas ruas. Haviam perdido a coragempara testemunhar.Não queriam assumir os riscos do discipulado. Eles não tiveram coragem de assumir que eram de Jesus. Intimidaram-sediante das pressões e da perseguição iminente. Arriaram asarmas; enfiaram-se na caverna; enjaularam-se no cenáculo. Eles se encolheram sob o manto do medo.

Esse é um retrato da igreja hoje. Muitas igrejas têmconteúdo, mas lhes falta ousadia. São ortodoxas, mas não têmpaixão pelas almas. Têm conhecimento, mas não têm ardorevangelístico. Têm programa e organização, mas não saem dasquatro paredes. Outras igrejas têm conteúdo, boa teologia eexcelente música, mas toda a sua atividade é voltada para dentro.Elas não transpiram, não reverberam sua influência para omundo. São verdadeiros guetos. São sal no saleiro. Nada fazem epouca ou nenhuma influência exercem na sociedade em que estão inseridas.

As igrejas hoje sofrem com a síndrome do mar Morto, que só recebem, só engordam; igrejas que alumiam a si mesmas e sonegam a sua luz para o mundo,deixando-o em densas trevas. E, ao contrário da mulher da parábola da moeda perdida, essas igrejas, em vez de buscar a moeda que se perdeu, passam o tempo todo polindo as moedas que têm nas mãos. Realizam conferências, congressos, encontros,palestras e seminários apenas para polir moedas. Os crentes dessas igrejas reciclam-se em todos os congressos, participam deconferências missionárias a mil quilômetros de distância. Sãocapazes de sair de casa mil vezes para ir ao templo, mas não têmcoragem de atravessar a rua e falar de Jesus para o vizinho. Sãoigrejas tímidas para investir na salvação dos perdidos. Pescamsempre em águas rasas e jamais lançam as redes em alto-mar. Ospoucos peixes que pegam tornam-se peixes combatentes queexaurem suas forças guerreando com outros peixes, numa lutatitânica de aquário.

Quando olhamos para o texto de João 20.19-22,descobrimos quatro razões pelas quais a igreja estava trancadadentro de quatro paredes 1. Medo - Alguns crentes têm medo das críticas, medo do preconceito, medo da perseguição, medo de serzombados, medo de assumir que são de Jesus. Por isso,acovardam-se como Pedro. Mesmo assim, são crentes cheios deuma autoconfiança arrogante. Têm alto conceito de si mesmos.Julgam os outros e supervalorizam a si mesmos. Como Pedro,começam a seguir a Jesus de longe. Não têm coragem deabandonar a fé nem disposição de ir de vez para o mundo, mastambém não têm fibra para andar perto de Jesus. Andamesgueirando-se na penumbra. Mergulham em caminhos cheios de escuridão. São discípulos covardes. Como Pedro, também se unema companhias que são um tropeço para a fé. Começam a se juntara gente que escarnece e zomba de Jesus. Finalmente, como Pedro,negam a Jesus. Juram que não o conhecem e até praguejam,falando impropérios e negando todo o seu envolvimento com oSenhor da vida. Sim, há muitos que, por medo, preferiram ficarenquartelados dentro do templo a vida inteira, no conforto doninho, vivendo um cristianismo de estufa, apenas tomandomamadeira e engordando, fazendo da igreja um berçário eorfanato, não um exército equipado para sair pelo mundoanunciando a salvação em Cristo. 2. Ausência da centralidadede Jesus na vida – Eles estavam com medo porque Jesus estavaausente naquela reunião. Como Jesus não estava presente, asportas estavam trancadas. Aquilo era uma antítese de todo oministério terreno de Jesus. Jesus nunca ficou encastelado dentrodo templo, empoleirado numa cátedra. Seu ministério foiitinerante, foi na rua, nas cidades, nas casas, nas estradas. Jesusia ao encontro das multidões. Onde estava o pecador, aí estava ocampo missionário de Jesus. Hoje queremos inverter as coisas.Queremos apenas que os pecadores venham à igreja, mas a igrejanão quer ir ao mundo, onde os pecadores estão. A igreja não quersair do ninho. Não quer o desconforto de descer aos vales, onde aspessoas padecem os tormentos de uma vida sem Deus e semesperança. Quando Jesus, porém, se faz presente na igreja, ela setorna ousada. Ela sai das quatro paredes. Deixa de ser autosatisfeitacomo a igreja de Laodicéia, que se considerava abastadae rica, mas era miserável, porque Jesus não estava dentro dela. 3.Ausência de comunhão – Aquele grupo amontoado no cenáculoestava em grande conflito. Alguns talvez nem ousassem levantaros olhos por causa da vergonha de terem fugido na hora em queJesus foi preso no Getsêmani. Talvez estivessem ruminando a ervaamarga de suas fraquezas e mazelas. Talvez estivessem culpandoa si mesmos e uns aos outros pelo fracasso de fugirescandalizados com Cristo na hora de seu suplício horrendo. Umaigreja sem comunhão não tem vez nem voz. Não tem autoridadepara pregar. Não tem credibilidade para anunciar boas novas.Uma igreja sem comunhão está doente, precisa de cura, por isso está inapta para sair das quatro paredes. 4.Ausência do sopro do Espírito - Aqueles discípulos estavam sem paz, sem alegria,sem ousadia, sem unção. Estavam secos, murchos, vazios.Estavam amontoados, mas não tinham comunhão. Estavamcongregados, mas Jesus estava ausente. Estavam juntos, mascom medo. Eram uma comunidade cristã, mas sem o sopro doEspírito, por isso estavam trancados, com medo dos judeus.Quando perdemos o sopro do Espírito, tornamo-nos crentes medrosos. Quando a igreja deixa de ser irrigada pelo óleo doEspírito, ela mingua, murcha, se encolhe. Quando falta óleo naengrenagem, a máquina bate pino. Quando a igreja perde aplenitude do Espírito Santo, intimida-se e fecha-se entre quatroparedes. Não há avivamento intramuros. Avivamento que não levaa igreja a transpirar, a sair do seu comodismo, não é avivamentobíblico. Avivamento que não empurra a igreja para fora do ninho éapenas um movimento superficial de conseqüências miúdas. ABíblia fala que, quando Paulo chegou a Tessalônica, a mensagemdo Evangelho vazou pelos poros da igreja e alcançou todo omundo. Quando Paulo chegou a Éfeso, a partir dali, o Evangelhoirradiou-se por toda a Ásia Menor. Sempre que Deus visitou o seupovo em poderosos derramamentos do Espírito, a igreja avançoupara conquistar os perdidos lá fora, no mundo, onde eles estavam. Eis por que precisamos de um Pentecoste nestes dias, para tirar aigreja detrás dos muros de concreto e levá-la para as ruas, para aspraças, para o meio da multidão, a fim de ser sal, luz e portadorade boas novas de salvação.



3 – Porque o fogo estranho tem substituido o fogo do Espírito.



Há hoje muita heresia no mercado da fé. As prateleirasreligiosas estão abarrotadas de muitos produtos belamente embalados para atrair os gostos variados da freguesia. Há muitareligiosidade que, embora pareça atraente e convincente, nãopassa de fogo estranho no altar de Deus. O fogo estranho é aqueleque não vem do céu, é fabricado pelo homem. Não vem comoresposta e favor de Deus, mas é produzido artificialmente pelohomem para impressionar, como se tivesse o selo divino. O fogoestranho é aquele criado fora dos princípios das Escrituras. Ele émuito parecido com o fogo verdadeiro. Ele impressiona as pessoas.Ele atrai muitos curiosos.Nunca na história houve uma explosão tão grande de fogoestranho como no tempo em que vivemos. A humanidade estáávida por novidades. Tudo o que oferece resposta imediata à suanecessidade, o homem está buscando. Caímos na malha de um pragmatismo demoníaco. As pessoas hoje não estão interessadasna verdade, mas naquilo que funciona. Elas não buscam o que é certo, mas o que dá certo. Não se interessam pela integridade,mas por resultados. Não buscam caráter, mas carisma. Não querem santidade, mas sinais. Não são atraídas pela cruz, maspor milagres. Não buscam negar-se a si mesmas e cada dia tomara cruz e seguir Jesus, mas correm atrás de um falso anestésicoque lhes acalme a dor do agora. Não buscam com agonia de almao arrependimento, mas o conforto. Não se interessam em mudarde vida, estão atrás de lucro. Não buscam a cidade cujo arquiteto e fundador é Deus, querem impérios neste mundo mesmo. Não se importam com o fogo do inferno, desde que consigam apagar as chamas do sofrimento que lhes incomoda agora.

Quando a igreja perde o fogo do Espírito, o mundo perece nofogo do inferno. O Espírito Santo é poder. O Espírito Santo trazpoder. Poder é dinamis. E dinamite só explode com fogo. Quando adinamite explode, até pedra se quebra. O fogo de Deus lança luzsobre as trevas. O fogo de Deus aquece os que estão frios. O fogode Deus queima o entulho do pecado e purifica aqueles quearmazenam lixo no porão da memória e no sacrário da alma. Ofogo de Deus não pode ser contido; ele alastra, salta obstáculos,desconhece dificuldades. O fogo de Deus não pode deixar de serpercebido. Onde ele está, as pessoas notam. O fogo de Deus atrai.Onde suas labaredas se levantam, é para lá que as pessoascorrem. O fogo de Deus não pode ser fabricado nem produzidoartificialmente. E resultado de uma vida no altar, de uma buscasincera, de uma consagração verdadeira, de uma entrega semreservas de almas que suspiram pelo Altíssimo. Precisamos de um Pentecoste que apague o fogo estranho e acenda verdadeiraslabaredas do Espírito nos corações. Oh, o grande soluço de minhaalma, o grande grito do meu coração, é que eu possa ser umgraveto seco a pegar fogo, pois estou certo de que, se o fogo pegarna lenha seca, até a lenha verde começará a arder!


1. Cumprimento da promessa do Pai -Lucas 24.49
O Pentecoste é o cumprimento de profecias claras e inconfundíveis.O Deus fiel, que não pode negar a si mesmo e que velapelo cumprimento de sua Palavra, prometeu derramar do seuEspírito sobre toda a carne (Jl 2.28).Em Isaías 44.3 Deus prometeu derramar água sobre o sedento, torrentes sobre a terra seca e o Espírito sobre os descendentes de Abraão. A promessa de Deus é segura, porqueem todas as suas promessas temos o sim e o amém. A promessa é abundante, porque ele não fala de gotas, nem de filetes, nem deporções, mas do derramar de torrentes. Deus não nos dá o seu Espírito por medida. A todos os sedentos, a todos os que anseiam com avidez, como a corça brama pelas correntes das águas, oPentecoste, o derramamento do Espírito, é uma promessa possível.

2. Resultado de uma espera obediente – Lucas 24.49

“…ficai em Jerusalém…”. A ordem de Jesus estava dada enão podia ser mudada, adiada ou desobedecida. Os discípulosdeviam permanecer em Jerusalém. Talvez o último lugar quegostariam de ficar fosse a cidade de Jerusalém, que significavafracasso e queda na vida deles. Jerusalém representava vergonha e opróbrio na história deles. Ali suas expectativas e sonhos foramsepultados. Ali um espectro de dor se apoderou da alma deles.Mas Jesus mostra que o cenário do fracasso deve ser o lugar darestauração.Onde há obediência, há bênção; onde a palavra de Jesus nãoé levada a sério, há maldição. Obedecer é melhor que sacrificar.Aquele não era tempo de sair, era tempo de ficar. Aquele não eramomento de fazer missão, mas de introspecção. Há ocasiões emque o que Deus espera de nós não é atividade, mas autoavaliação.Deus está mais interessado no que somos que naquiloque fazemos. A nossa vida é mais importante que o nossotrabalho. Quando Jesus chamou os apóstolos, antes de enviá-losa pregar e a expulsar demônios, designou-os para que estivessemcom ele. Agora, antes de derramar sobre eles o Espírito,capacitando-os para o cumprimento da missão, ordena-os a ficarem Jerusalém.

Precisamos depender mais dos recursos de Deus do que dasnossas estratégias. Se gastássemos em oração o tempo que investimosem reuniões e programações intérminas, a igreja explodiriaem crescimento fenomenal. Para nós, ficar quietos na presença de Deus é mais difícil do que correr de um lado para o outro. É maisfácil ser Marta do que Maria. É mais fácil sair em campo do que depender do Senhor, obedecer à sua Palavra e descansar nas suas promessas.

3. Resultado de uma espera perseverante – Lucas 24.49

“… ficai… até que do alto sejais revestidos de poder…”.Muitas vezes, deixamos de receber uma efusão e um derramar doEspírito de Deus em nossa vida, porque somos muito apressados esuperficiais na nossa busca. Desistimos cedo demais. Nosso amorpor Deus é como a névoa que cedo passa. Vivemos num tempo emque predomina o descartável. Tudo precisa ser rápido. Nãodesenvolvemos a perseverança. Não agüentamos esperar.

Aquele grupo dos 120 discípulos perseverou em oraçãodurante 10 dias. Eles não arredaram o pé. Não olharam para tráscom incredulidade. Não duvidaram da promessa. Por isso,receberam a bênção. Os céus se abriram e o fogo de Deus caiusobre eles. As torrentes do céu inundaram o coração deles. A vidadeles foi tocada e transformada para sempre por causa dessa espera perseverante.

4. Resultado da expectativa de uma vida cheia de poder -Lucas 24.49

“… até que do alto sejais revestidos de poder.” O que vocêespera da sua vida cristã? Você tem anseios? Aspira a algo maior?Busca uma vida abundante? Anela com todas as forças da suaalma a plenitude do Espírito? Não há nada mais perigoso para ocristão do que viver satisfeito consigo mesmo. A estagnação e oconformismo são perigos ameaçadores à vida cristã saudável.Muitas pessoas se contentam com migalhas, enquanto osceleiros de Deus estão abarrotados. Os mananciais de Deus sãoinesgotáveis. Os recursos de Deus para nós são ilimitados. Eletem para nós vida abundante. Os rios de água viva podem fluir donosso interior. Há vestes alvas e óleo fresco para a nossa cabeça.Temos à disposição a suprema grandeza do poder de Deus, omesmo poder que ressuscitou Jesus dentre os mortos. Não háescassez da parte de Deus. Enquanto tivermos vasilhas vazias, oazeite de Deus não cessará de jorrar. Enquanto nosso coraçãoestiver sedento de Deus, ansioso por buscar sua face e aberto parareceber a sua unção, não faltará orvalho do céu sobre nós, nem obálsamo de Gileade sobre a nossa cabeça. Deus não despede demãos vazias aqueles que nele esperam. Ele não decepcionaaqueles que o buscam.

Como você se encontra na vida cristã? Acomodado? Você esperamais de Deus? Quer mais do seu Espírito? Busca comsofreguidão uma vida de poder? Não podemos fazer das nossasexperiências o referencial para aquilo que Deus nos pode dar. Elepode fazer infinitamente mais. Não podemos colocar limites aopoder de Deus. Não podemos engessar Deus dentro dos nossosestreitos limites. No passado muitos homens de Deus experimentaram coisas tremendas e extraordinárias porque ousaram crer e buscar as riquezas insondáveis do Evangelho deCristo e a plenitude do poder do Espírito.

Hoje temos gigantes do saber no púlpito e pigmeus na vidade oração.Pastores indolentes não sabem o que é agonia de alma,nem jamais experimentaram o que é lutar com Deus em oraçãocomo Jacó. E. M. Bounds disse no seu clássico livro O Poderatravés da Oração que “homens mortos tiram de si sermões mortos, e sermões mortos matam”. Lutero, o grande reformador alemão, já dizia que “sermão sem unção endurece o coração”.

Na hora em que nossa vida estiver preparada, o fogo de Deusdescerá sobre nós. Quando o caminho de Deus for preparado e osvales forem aterrados, os montes nivelados, os caminhos tortos endireitados e os escabrosos aplainados, então toda a carne verá asalvação de Deus. É quando a igreja cai de joelhos em oração perseverante e unânime, que o fogo do Espírito cai sobre a igreja.É depois que a igreja acerta a sua vida, que o cumprimento da promessa se concretiza.


Sem poder não há pregação »
Precisamos da Unção do Espírito Santo para vencer o medo


Poder para sacudir o jugo do medo (João 20.19; II Timóteo 1.7) Há muitos hoje que vivem no calabouço do medo, como osdiscípulos antes do Pentecoste, trancados, encavernados,paralisados. É gente que tem medo de viver, medo de morrer,medo de testemunhar, medo de casar e medo de descasar. Medode ficar doente e medo de ir ao médico. Medo de entrar nafaculdade e medo de bater à porta de um emprego. Medo de ficardesempregado e medo de se aposentar. Medo de ficar sozinho emedo de compartilhar a vida com alguém. Medo do real e medo doirreal. Medo de encarar a vida de frente e medo de enfrentar aeternidade. Medo de assaltos e medo da polícia. Medo de viajar emedo de ficar em casa. Medo de perder a popularidade e medo deser autêntico. Sim, as pessoas vivem hoje cheias de fobias.Precisamos de poder do céu para vencer nossos medos e traumas.Só através do poder do Espírito podemos sair de trás das nossasportas trancadas. Só recebendo o Espírito de poder, baniremos acovardia e o medo que nos assombram.


A igreja precisa pregar não apenas aos ouvidos, mas tambémaos olhos. Precisa não apenas proferir belos discursos, mastambém viver em santidade. Não basta que as pessoas ouçam denós belos sermões, elas precisam ver vida santa. O diácono Filipe,ao chegar à cidade de Samaria, viu ali um grande avivamento, e asmultidões atendiam, unânimes, às coisas que ele dizia. Mas porquê? Qual era a razão da eficácia do ministério de Filipe? É queFilipe falava e fazia. Ele pregava e demonstrava. Ele pregava aosouvidos e também aos olhos (At 8.6). Quando João Batista enviouseus emissários para interrogar a Jesus se ele era de fato oMessias, o Mestre mandou lhe dizer: “… Ide e anunciai a João oque estais ouvindo e vendo: os cegos vêem, os coxos andam, osleprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos sãoressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho” (Mt11.4,5). Quando o paralítico abordou a Pedro e João na entradado templo, eles não fizeram um discurso, mas disseram: olha paranós (At 3.4). A vida da igreja precisa falar mais alto que o seudiscurso. Onde não há vida, a palavra é desacreditada, o discursoé vazio e inócuo. Sem santidade não existe pregação eficaz. Sem santidade não existe ministério ungido. Sem santidade nãopodemos ser boca de Deus (Jr 15.19). Sem santidade o bastão profético em nossas mãos não tem nenhum valor, como aconteceuno caso de Geazi (II Rs 4.31). A Palavra de Deus é verdade em nossos lábios, quando vivemos na presença de Deus e fazemos aobra de Deus no poder do seu Espírito (I Rs 17.1,24)


Precisamos de poder para amar como Jesus amou.Precisamos de poder do Espírito para não deixar que a peçonhavenenosa do ressentimento azede a nossa vida. Precisamos doPentecoste para amarmos a quem nos odeia, para levarmos vida aquem deseja a nossa morte, para abençoarmos a quem nos amaldiçoa. Precisamos do revestimento de poder paratransformarmos os nossos inimigos em amigos, paraconquistarmos as pessoas que nos ferem pela força irresistível doamor incondicional.


Sem poder não há pregação.

Esse é o testemunho do apóstolo Paulo à igreja de Tessalônica: “Porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas sobretudo empoder, no Espírito Santo e em plena convicção…” (I Ts 1.5). De igual forma, o apóstolo fala à igreja de Corinto: “A minha palavra ea minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para quea vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana; e, sim, no poder de Deus” (I Co 2.4-5). Quando Jesus ressuscitou dentre os mortos,passou 40 dias com os discípulos falando sobre o Reino de Deus, eo Reino de Deus não consiste em palavra, mas em poder (I Co4.20). Foi esse sentimento que levou Billy Graham, o maiorevangelista deste século, a dizer: “Se Deus tirar a sua mão da minha vida, estes lábios se tornarão lábios de barro”.



Se não houver unção no púlpito, haverá morte nos bancos.Sem pregação ungida, os mortos espirituais não ressuscitarão.Sermões sem unção alimentam a mente, mas não tocam ocoração. Lançam luz à cabeça, mas não ateiam fogo ao coração.Não estamos necessitados de grandes homens no púlpito, masprecisamos de homens de Deus. Não estamos necessitados de Não estamos precisando de erudição, mas de unção. Quando o Espírito é derramado, até mesmo homens rudes como ospescadores da Galiléia transtornam o mundo e atraem multidõesaos pés de Jesus.

Ashbel Green Simonton,disse: ”O lugar mais perigoso para um homem é totalmente seguro quando se está no centro da vontade de Deus”. Ele veio, chegou ao Brasil nodia 12 de agosto de 1859. Durante oito anos realizou aqui umglorioso ministério; plantou a Igreja Presbiteriana do Brasil e partiu para a glória aos 34 anos, mas sua vida é até hoje fonte de inspiração para muitos obreiros. Sua vida ardeu no altar de Deus.Porque o seu ideal era maior do que a vida, ele deu a vida pelo seu ideal.