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sábado, 31 de dezembro de 2011

Capítulo 10 - Seria possível ficar calado?

Capítulo 10 - Seria possível ficar calado?

Amar é uma experiência maravilhosa.
Você já amou alguma vez? Lembra o dia quando você declarou seu amor? As mãos suavam e a voz não saía. Você tremia todo por dentro. Mas criou coragem e falou. A moça olhou para você com um brilho especial e, finalmente, quando você pensava que ouviria o sonhado "sim", ela com um jeitinho doce disse que precisaria de um tempo para pensar. Não foi? Você nunca poderá esquecer aqueles dias de expectativa. Especialmente aquele quando ela deu a resposta. Você não sabia se estava sonhando ou estava acordado, teve vontade de sair correndo e gritando para todo o mundo. "Eu estou feliz porque ela me aceitou!" Ao chegar à casa você pegou o telefone e começou a contar para os amigos: "Tenho uma notícia — ela me ama." Pegou papel e caneta e escreveu para os parentes: "Sabem de uma novidade? Estou amando!" Na rua, você não podia ficar calado, tinha que contar para todos que estava namorando. A felicidade que esse amor lhe proporcionava era tão grande que se não contasse para outros, ele explodiria dentro de seu coração.

Mas o que acontece quando um rapaz começa a namorar uma moça sem sentir amor por ela? Teria a mesma vontade de contar a todo mundo que está namorando? Ou será que preferiria manter a namorada incógnita para que ninguém soubesse do seu relacionamento com ela? É mais ou menos isso o que acontece em nossa amizade com Cristo. O dia que chegarmos a amar o Senhor Jesus com todo nosso coração a coisa que mais desejaremos será sair pelo mundo afora e contar a todas as pessoas que achamos o amor de nossa vida. Não é possível ficar calado. É necessário anunciar, testemunhar, dizer para outros das maravilhas da salvação.

Na Bíblia há duas experiências que não podem andar separadas: Salvação e Testemunho.
A experiência da salvação leva-nos necessariamente ao ato do testemunho. Não é possível uma pessoa estar realmente salva e ficar sem testemunhar. O gozo da salvação é tão grande que gera em nós a necessidade de contar para outros o que estamos sentindo. Quando falamos de testemunhar, não estamos falando exclusivamente do fato de irmos de porta em porta distribuindo publicações ou de realizar uma série de conferências de 30 noites seguidas. Ambos são métodos de testemunho, mas existem muitas outras formas.

Falemos da mais simples de todas: A amizade.
Todos temos amigos. No local de trabalho, na escola, na Faculdade, no bairro. Uma das coisas que o jovem gosta é de fazer novas amizades. Ele faz amigos até na rua, no ponto de ônibus ou na lanchonete. E a Bíblia ensina que a amizade é um veículo extraordinário
de testemunho.

Vejamos o caso de um dos primeiros cristãos: André.
André era um rapaz simples que tinha aceito a mensagem do "Cordeiro" através de João Batista. André apaixonou-se por Cristo. Aceitou-O como seu Senhor e Salvador e automaticamente tornou-se uma testemunha. Não podia ser de outra forma. A primeira coisa que André fez foi procurar alguém para contar sua grande descoberta. Procurou Simão.
Simão era irmão de André. Além de irmãos, eles eram pescadores e trabalhavam juntos. Isto revela um elemento importante na dinâmica do testemunho: É muito mais positivo e eficaz testemunhar para pessoas com as quais nos relacionamos em nossas atividades diárias. Com certeza, o testemunho de uma pessoa torna-se muito mais poderoso para um amigo do que para um estranho.

Assim, meu querido jovem, você pode procurar um amigo no bairro, no local de trabalho ou na Faculdade e com a naturalidade própria do jovem, sem complicações e sem fingimento, contar para ele o que Cristo significa para você, o que Cristo trouxe à sua vida, de que maneira Ele o ajuda em seus afazeres cotidianos e como Ele colocou paz e equilíbrio em seu coração. Não se preocupe muito com métodos e teorias. Seja apenas um bom amigo e apresente para seu colega, Cristo como seu grande amigo. Fale das coisas práticas,
daquilo que você vive, de seu dia-adia, de como Jesus o auxilia e orienta em seus estudos, em seu namoro e em suas atividades esportivas. Conte também para ele da experiência de outros jovens da igreja que você conhece. Jovens que não eram felizes, que viviam tristes, desesperados, às vezes prisioneiros de drogas e outros vícios. Conte como Jesus mudou a vida desses jovens e proporcionou-lhes alegria e felicidade. Convide seu amigo para a igreja. Procure-o em casa, e acompanhe-o até as reuniões. Lá na igreja apresente-o a seus outros amigos.

Como você vê, meu querido jovem, tudo que precisa para testemunhar ou realizar trabalho missionário, como você queira chamar, é estar apaixonado por Cristo, ter o coração inflamado de um amor tão puro e tão maravilhoso que não é possível guardá-lo em segredo, é preciso contar, anunciar e testemunhar. Nunca encare o trabalho missionário como um "bicho-papão". Aceite-o como privilégio, como um modo de alimentar melhor a natureza de Cristo, porque toda vez que você conta para outros de seu amor por Cristo, este amor se aprofunda mais e mais em seu coração. Toda vez que você apresentar as verdades bíblicas para seus amigos, essas verdades se tornarão mais reais em sua própria vida. O trabalho de testemunho é um dos segredos para ajudá-lo a conservar a experiência de conversão.

No livro Obreiros Evangélicos, Eilen White relata a história de um homem que, viajando num dia de inverno através de grandes montes de neve, ficou entorpecido pelo frio, o qual ia quase imperceptivelmente lhe congelando as forças vitais. Estava gelado, quase a morrer e prestes a abandonar a luta pela vida, quando ouviu os gemidos de um companheiro de viagem, também a perecer de frio. Despertou-lhe a compaixão, e decidiu salvá-lo. Friccionando os membros gelados do infeliz homem, conseguiu depois de consideráveis esforços pô-lo em pé. Como o coitado não se pudesse suster, conduziu-o compassivamente nos braços através dos montes que supôs nunca poder transpor sozinho. Havendo conduzido o companheiro de viagem a lugar seguro, penetrou-lhe de súbito no espírito a verdade de que, salvando seu semelhante, salvou-se a si mesmo. Seus fervorosos esforços para ajudar a outro, estimularam-lhe o sangue prestes a congelar nas veias, comunicando-lhe saudável calor aos membros.
Ela termina a história dizendo: "Essa lição de que, em auxiliar os outros nós somos ajudados, deve ser acentuada continuamente por preceito e exemplo perante nossos crentes jovens, a fim de que possam conseguir os melhores resultados em sua experiência cristã".

Li há alguns anos a história de um médico que achou na rua um cachorro, magro, cheio de chagas e com a perna quebrada. Sentindo compaixão pelo infeliz cão, o médico levou-o para casa, curou suas feridas, enfaixou a perna quebrada e alimentou-o bem. Algumas semanas depois o cachorro estava completamente restabelecido, mas bastou um dia deixar a porta aberta para o cachorro desaparecer. "Animal ingrato", pensou o médico, "fiz tudo por ele e em lugar de ficar comigo me abandonou!"
No dia seguinte, bem cedo de manhã, o médico ouviu que alguém arranhava a porta. Saiu e deparou com uma cena incrível. O cachorro estava de volta e trazia com ele outro cachorro magro e com a perna quebrada.

É isto o que acontece na vida do homem que encontra Jesus e se apaixona por Ele.
Como ficar calado? Como guardar a beleza do evangelho só para nós? A felicidade é tão grande que o único caminho é sair e contar aos amigos o que Cristo fez por nós. Está você pronto a sair e testemunhar?

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